Assembléias Legislativas de Alagoas e Rio Grande do Sul homenageiam os 60 anos da UBES
A entidade que representa cerca de 50 milhões de estudantes esteve presente nos principais momentos da história do Brasil
O deputado Raul Carrion (PCdoB) realizou, na tarde desta terça-feira (12), o Grande Expediente em homenagem aos 60 anos da UBES, entidade que representa 50 milhões de estudantes dos Ensinos Fundamental, Médio, Técnico, Profissionalizante e Pré-Vestibular do Brasil.
O parlamentar relembrou, durante discurso, os principais momentos da brilhante história do movimento estudantil brasileiro. Fundada em 25 de julho de 1948, a UBES teve papel destacado nas principais lutas do País como as campanhas O Petróleo é Nosso, Diretas Já e Fora Collor.
A UBES lutou ativamente pelas Reformas de Base, inclusive integrando a Frente de Mobilização Popular, criada por Brizola em 1962, que tinha por objetivo acelerar essas reformas. Silenciados pelo golpe militar, em 1964, a UBES permaneceu organizada e batalhou em passeatas e manifestações pela volta das liberdades democráticas e por melhores condições de ensino.
Foram os estudantes que assumiram, em atitude de vanguarda, a campanha pelas Diretas Já, em 1984. Os estudantes pintaram o rosto de verde e amarelo e saíram às ruas, exigindo a redemocratização do país, conquistada em 1985. Na Constituinte, a UBES conquistou o voto aos 16 anos e lutou pelos avanços sociais e democráticos, lembrou Carrion.
Carrion prosseguiu lembrando que, em 1992, diante dos desmandos do governo de Fernando Collor, que inaugura a aplicação do projeto neoliberal no país, os caras pintadas, na sua maioria secundaristas, tomam às ruas sob a liderança da UBES e da UNE, empunhando a bandeira do FORA Collor, mobilizando os demais segmentos sociais e conquistando o impedimento de então presidente.
Mais adiante, a UBES não deu trégua ao governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, defendendo a manutenção do ensino público, gratuito e de qualidade, o passe estudantil (meio passe ou passe livre) nos transportes, combatendo as privatizações e as políticas neoliberais , afirmou o parlamentar comunista. Junto com a UNE, as Centrais Sindicais, a Conam, o MST, a Marcha Mundial das Mulheres, a Unegro e outras entidades, construiu a Coordenação dos Movimentos Sociais e a grande Marcha dos 100 mil, em 1999.
Em Alagoas
No mesmo dia, a Assembléia Legislativa de Alagoas realizou, no Plenário 13 de Maio, sessão solene em comemoração aos 60 anos de fundação da UBES. A solenidade, proposta pelo deputado Lula Morais (PCdoB), rendeu homenagem ao diretor da UBES no Ceará, Ivo Braga.
Conforme o líder do PCdoB na Casa, a Ubes está intimamente ligada às lutas em defesa dos interesses populares e de uma educação pública gratuita e de qualidade. Movimentos pelo fim da ditadura, pelas Diretas Já ou pelo impeachment do ex-presidente Collor foram citados por Lula Morais como conquistas políticas que tiveram participação massiva da entidade homenageada. "A Ubes tem preservado a força da luta secundarista, que tem ajudado a mover a história de toda humanidade", resumiu o parlamentar.
Além das conquistas apontadas pelo deputado, o homenageado Ivo Braga lembrou também que a Ubes foi responsável pela mobilização a favor da meia estudantil em 1990 e pela garantia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Poder, "quando em 2005 se falava em um possível golpe contra o presidente", recordou Ivo.
Também participaram da sessão o deputado petista Artur Bruno, representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Prefeitura Municipal de Fortaleza, da Polícia Civil e de diversas instituições de ensino do Estado.
Passeata dos Cem Mil
No dia 28 de março de 1968, um episódio marcou a história da UBES e do país. Uma manifestação contra o fechamento do Restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, onde os estudantes faziam suas refeições a baixo preço resultou no assassinato, pela polícia, do estudante secundarista Edson Luiz Lima Souto, de 16 anos. Edson Luiz tornou-se o símbolo da resistência não só para os estudantes, mas para todos os que lutaram e sonharam com o fim da ditadura e a recuperação da liberdade , afirmou o deputado.
O cortejo do seu enterro, que saiu da Cinelândia, onde foi velado, para o cemitério São João Batista, reuniu milhares de pessoas, comparável somente ao de Getúlio Vargas em 1954. As mobilizações estudantis se espalharam por todo o Brasil, culminando com a Passeata dos Cem Mil , no Rio de Janeiro.
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